Perceba que onde a mente acaba, a meditação começa...
Em nossas vidas, tudo que fazemos é feito pela mente.
Portanto, quando nos voltamos pra dentro, começamos novamente a pensar em
termos de técnicas, de métodos e realizações, porque nossa experiência de vida
nos mostra que tudo pode ser feito pela mente. Tudo, exceto a meditação.
A meditação não precisa ser conquistada, basta que
seja lembrada, pois ela já está lá – ela é sua natureza.
Basta voltar-se pra dentro, e ela está disponível –
sempre esteve dentro de você.
Nesse momento observe a tagarelice da sua mente... E
perceba que quer você esteja falando ou não, ela continua a falar internamente.
Quer você esteja acordado ou adormecido, a conversa
interna continua, como uma espécie de ruído de fundo – mesmo quando você está
trabalhando, dirigindo ou caminhando, a tagarelice interna continua.
A mente fala o tempo todo, mas se esse falatório
interno puder ser silenciado, mesmo que durante um único instante, você terá
uma breve visão do estado de não mente.
E esse é o objetivo e a essência da meditação.
Como chegar, então, a um intervalo no qual a mente
pára com a falação interna? Mais uma vez, se você se esforçar para isso, estará
no caminho errado. Não é necessário se esforçar, pois, na verdade, este
intervalo ocorre o tempo todo, basta estar atento. Entre dois pensamentos há um intervalo. Até mesmo
entre duas palavras há um intervalo.
Para perceber isso, sua percepção de mundo precisa
ser alterada. Geralmente você está atento às palavras e não aos intervalos –
mude o foco.
A mente só pode ver uma coisa de cada vez. Portanto,
quando você está prestando atenção nas palavras, não é possível ver o silêncio
que vem depois de cada uma delas.
Então, comece a olhar nos intervalos – sem esforço,
sem estresse, de forma relaxada, fácil.
Milhões de pessoas deixam de compreender a meditação
porque esta palavra tomou uma conotação errada. Parece muito séria, parece
sombria, parece ser algo que serve apenas para pessoas que estão quase mortas,
que também são sombrias, sérias, que perderam sua festividade, alegria,
contentamento. E estas são, justamente, as qualidades da meditação.
Uma pessoa realmente meditativa é brincalhona e
divertida, pois a vida é alegre para ela. A vida é uma brincadeira, e ela se
diverte enormemente.
A pessoa meditativa não é uma pessoa séria, mas sim
alguém que está muito relaxado.
Então nesse estado relaxado, solto, permita que sua
atenção flua em direção aos intervalos. Deixe que os intervalos se tornem mais proeminentes e
permita que as palavras desapareçam aos poucos.
O silêncio é o fundo. Palavras vão e voltam, o
silêncio permanece.
Quando você nasceu, nasceu como silêncio – apenas
intervalos e intervalos, espaços e espaços.
Veio ao mundo com um vazio infinito, um vazio sem
limites que trouxe você à vida.
E então você começou a colecionar palavras...
Nesse momento dissolva as palavras e volte ao
silêncio...Osho
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